quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quando se gosta de alguém

Quando se gosta de alguém, não vemos defeitos, apenas virtudes.
Não julgamos, apenas abrimos o coração para perdoar... gostamos e pronto!
Fazemos tudo,de tudo e nada nos parece demais por aquela pessoa, à qual nos dedicamos cegamente.
Continuamos a gostar mesmo quando esse alguém nos magoa, quando parte em busca de outro alguém e nos deixa sós, com todo aquele amor em reboliço.
É nesta altura que o nosso mundo cai, em que choramos por tudo e por nada, em que nos apetece desaparecer, quiça até morrer.
Com o tempo, apagamos as lembranças físicas: as cartas, os mails, as centenas de fotografias, para que nada nos prenda ao que já não existe.
A partir daqui fica apenas aquilo que a nossa memória conservou. Memória essa que, com o passar do tempo, se torna cada vez mais difícil de aceder.
É nesta altura que estamos preparados para deixar que as lembranças devorem o sentimento, para que tudo não passe apenas, de lembranças.
Altura de deixar que um outro alguém possa ocupar aquele lugar no nosso coração.
Muitas vezes, o sentimento não é comparável, nem sequer deve ser comparado. Isto porque há imensas formas de se gostar de alguém...
Por um podemos ter tido um amor puro, pleno, meigo, doce, eterno, aquele amor que se conhece, de olhos fechados, aquele amor que se diferencia com aquele abraço, só aquele abraço, que mesmo nos braços de outro(a) nos vem à lembrança...
Por outro, um amor companheiro, divertido, compensador, aquele amor que nos faz rir a toda a hora, que nos fala ao ouvido a toda a hora, que não deixa o amor cair...
Por um outro, um amor atencioso, pachorrento, dedicado, aquele amor, comum naqueles casais mais velhinhos que vemos passear no parque de mão dada: eu estou aqui para ti e tu para mim até ao fim dos nossos dias.
E esta forma de podermos amar de tantas formas diferentes tem que ver, para mim, com a altura em que deixamos esse amor entrar nas nossas vidas.

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